quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Discurso insustentável

Os termos “Desenvolvimento Sustentável” e “Educação Ambiental” entraram para o contexto social como algo distante e de propriedade de intelectuais ou ambientalistas radicais. Atualmente, falar em desenvolvimento e sustentabilidade tem sido sinônimo de esperança para as crises ambientais globais, e muito tem sido discutido acerca das formas de conseguir se chegar a esse desenvolvimento mágico que trará a solução para o aquecimento global, a poluição, a extinção das espécies e muitos outros problemas. Porém, não percebemos que para alcançar esse objetivo teremos que abrir mão do alto padrão de vida planejado por todos.
O termo “desenvolvimento” vem da economia, atualmente capitalista, baseada no crescimento econômico sem controle. Nenhum indivíduo ou grupo de indivíduos dentro desse sistema planeja parar ou estagnar seu sistema de produção e consumo. E para que tal sistema se mantenha precisamos de recursos e espaço, e por mais que reaproveitemos recursos, sempre precisaremos de mais e mais recursos. O termo “sustentabilidade”, ao contrário diz respeito a um sistema controlado, onde deve-se manter um crescimento estável, que se estagna num ponto para que os recursos possam se recuperar.
A sociedade mundial está crescendo, e essa sociedade precisa ser mantida, com alimentação e moradia, o que indubitavelmente trás a necessidade de produzir mais e mais para se sustentar esse contingente. É necessário dar qualidade de vida as populações menos favorecidas, elevar o seu padrão de vida para algo humanamente aceitável, não se pode negar esse fato, e para isso é necessário a utilização dos recursos e espaço que temos. Quando um político coloca em seu discurso o termo desenvolvimento sustentável, ele o faz sem pensar no seu significado. Quanto mais uma cidade cresce, mas suas políticas públicas devem estar voltadas pra moradia, saneamento, emprego. Tudo isso consiste também no aumento territorial da cidade, que vai de encontro as áreas selvagens do lugar, e o crescimento é inevitável.
Por outro lado, não é com a elevação do padrão de vida das classes menos favorecidas que o desenvolvimento sustentável colide em maior grau, e sim com a manutenção do padrão de vida da classe alta. Esta última não tem como planos diminuir ou estagnar seu padrão de vida, e sim aumentá-lo (trocar de carro todo ano, viajar todas as férias, aumentar a casa, consumir os melhores alimentos do país ou de fora). E para manter esse padrão de vida, a produção e o consumo desenfreado novamente são necessários. É difícil imaginar uma família de classe média alta abrir mão de ensino particular de qualidade, automóveis cada vez mais sofisticados, e produtos diversos que vão da culinária à estética. Nenhum outro setor da sociedade exigiria tal sacrifício, uma vez que todo ser humano gostaria de ter tal padrão de vida.
Porém, além dos sacrifícios individuais, existem “caprichos” em massa, dos quais torna-se delicado falar, pois fazem parte da cultura, quando não local, mundial. Exemplos desses “caprichos” são os campeonatos internacionais, como Olimpíadas e Copa do Mundo de Futebol. Cada vez que um país se prepara para tal evento gasta-se muito com recursos para construção e manutenção de estádios, produção de materiais específicos para cada parte do evento (desde grama sintética para os estádios, até o equipamento esportivo necessário). Assim como para as manifestações culturais locais, como as corridas de touro na Espanha, ou carnaval no Brasil, que são parte da cultura e identidade de cada povo. O problema não está na realização de tais eventos, mas em como são feitos, a cada ano maiores e mais elaborados, gastando mais recursos.
Para que o desenvolvimento sustentável fosse uma realidade, precisaríamos abrir mão da nossa capacidade natural de romper limites, seria necessário nos contentarmos com vidas mais simples e comedidas. Tal feito depende da formação de uma nova sociedade, com uma visão de mundo menos consumista, mas confortável com uma condição de vida menos exagerada.

sábado, 30 de janeiro de 2010

Então, há alguns dias eu tinha definitivamente desistido de pensar, e de expor meu modo de pensar, pois ultimamente tenho visto que minhas idéias não condizem mais com a realidade existente na cabeça da maioria das pessoas: os adolescentes de hoje acham que sofrem mais que os de antes, ou que seus valores são melhores; hoje em dia todo mundo tem o discursozinho batido do admirável chip novo¹ (ou seria admirável gado novo²? Ou admirável mundo novo³?) sem saber de onde essas idéias vieram, e ainda sim se sentem completamente originais; hoje em dias as pessoas defendem o meio ambiente por um egoísmo alto-protecionista, e os que fazem por altruísmo têm sua imagem prejudicada pelos primeiros... E assim o mundo caminha,e minhas idéias não correspondem aos fatos...ou até correspondem, neh, mas não consigo mais mostrar isso a ninguém, por isso, tinha até então desistido de pensar e de expor minhas idéias. Porém, de uma conversa de MSN consegui sintetizar uma certa visão que há muito tinha sobre sentimentos, mas que não conseguia verbalizar. Sai-me tão bem na tarefa de transformar essas idéias em frases pra a minha amiga, que senti necessidade de mostrá-las a outras pessoas, e todas gostaram, de modo que achei pertinente posta-las aqui.

A chave da felicidade

_meus sentimentos são diferentes dos outros, tipo, quando eu gosto de alguém, eu gosto mesmo, o que não significa pra mim, que eu tenho que ser desse alguém, e que esse alguém tem que ser meu. Gostar não é ter pra si, gostar é querer bem, querer ter pra si é possessividade.

_eu era muito possessivo, então eu aprendi que possessividade é ruim, e que só faz a gente sofrer.

_outra coisa q eu aprendi, que gostar de verdade, é gostar de graça, sem esperar nada da pessoa que você gosta, se ela te decepcionar, bem, paciência, ela não era digna dos seus sentimentos, mas você vai ter certeza que gostou por gostar, sem esperar nada em troca, verdadeiramente...

_querer alguém por necessidade de estar com alguém é uma coisa egoísta, você tem necessidade de suprir algo em você mesmo, e coloca essa responsabilidade em outra pessoa...e geralmente essa responsabilidade envolve algo muito delicado: a sua felicidade

_ visualizo as pessoas que sofrem assim por causa de paixões como alguém que nunca vê no espelho seu próprio rosto, é como se olhasse no espelho e sempre visse a imagem de outra pessoa, uma pessoa que ainda não conhece, mas que pensa ser a pessoa a qual trará a chave pra sua felicidade... Então, essa pessoa anda pela rua procurando aquele rosto que viu no espelho e sempre que encontra alguém parecido com tal rosto, se apega com unhas e dentes, achando que se trata de sua única chance de felicidade, o que é ruim pra ambas as partes, pois se joga um fardo muito pesado (a sua própria felicidade) nas mãos de outra pessoa, de um desconhecido. E por mais q alguém diga "aah, isso sim é amor de verdade, confiar sua felicidade a alguém que você não conhece, mas quer construir um história junto", isso não é uma realidade, pois você vai cobrar sua felicidade aquela pessoa pro resto dos seus dias, ou dos dias do relacionamento, e isso é puro egoísmo, quando na verdade, o alvo de seu querer não tem a menor obrigação de fazer-lhe feliz, já que não lhe prometeu nada. Então, quando a história que se queria construir com tal pessoa acaba, vem a tristeza e a frustração... Pois colocou-se tanta confiança no fato de aquela outra pessoa ser a dona da sua felicidade (muito estranho, como o dono da NOSSA felicidade pode ser OUTRA pessoa... completamente incoerente pra mim) e não houve correspondência.

_ conselho que dou pra essa pessoa que fica procurando nos outros aquela imagem estranha que vê no espelho segurando a chave da própria felicidade: volta pra casa, e desembaça o espelho, presta bem atenção, e vai ver quem é a única e real pessoa que tem a chave dessa felicidade.

A gente nunca vai ser feliz de verdade, nem fazer ninguém feliz de verdade, enquanto não entender que somos os únicos responsáveis por nossa própria felicidade...

Notas de rodapé

1 Admirável Chip Novo, principal música do álbum de mesmo nome da cantora Pitty, de 2003, onde ela fala de um pré-condicionamento comportamental através da tecnologia, alegorizado pelo fato da descoberta do humano como um “robô”.

2 Admirável Gado Novo, canção do cantor e compositor Zé Ramalho, que trata de alienação massiva, representando o fato com a comparação entre a humanidade e o gado utilizado para alimentação humana, o qual recebe a realidade que convém aqueles que deles se alimentam.

3 Admirável Mundo Novo, livro de Aldous Leonard Huxley, segundo a Editora Saravia “uma obra com uma antevisão de um futuro no qual o domínio quase integral das técnicas e do saber científico produz uma sociedade totalitária e desumana”, inspirou vários compositores e autores atuais, foi escrito em 1932.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009


Amor e outros desastres


Resolvi nomear essa postagem “plagian..digo, homenageando a comédia romântica do diretor Alek Keshishian, pra falar de amor, porque acontecem muitos desastres e as pessoas teimam em colocar a culpa no amor. Mas será que essas pessoas estão mesmo falando de amor?


Primeiro, quero fazer uma análise do significado da palavra, depois vou tentar mostrar minha visão desse sentimento.


A.MOR (ô) S.m. 1. Afeição profunda. 2. O objeto dessa afeição. 3. Conjunto de fenômenos cerebrais e afetivos que constituem o instinto sexual. 4. Coisa ou pessoa bonita, preciosa. 5. Afeto a pessoa ou coisa. 6. Relação amorosa. 7. Entusiasmo, paixão. 8. Inclinação sexual forte por outra pessoa. 9. A pessoa amada. 10. Cobiça. 11. Veneração. 12. Caridade.


O dicionário dá vários significados da palavra amor, como sentimento ou como reação orgânica, mas e de onde vem? Os gregos falavam em tipos de amor, dos quais os três principais eram Ágape, Eros e Filos, que levavam o nome de deuses da mitologia. Para os leitores de Paulo Coelho, tais termos não são estranhos. Filos dizia respeito ao amor familiar; Eros ao amor carnal, entre dois amantes; e Ágape era o amor supremo, aquele que se tem por qualquer criatura viva independente de qualquer coisa. É posto que todo ser que sente é capaz de manifestar essas formas de amor, porém sabemos que poucos humanos devem ser capaz de Ágape, talvez a única figura histórica nossa conhecida capaz dele tenha sido o próprio Cristo.


Independente de qualquer tipo de amor, talvez todos concordem que tal sentimento é a coisa mais preciosa que os humanos possuem, trata-se de um sentimento nobre e avassalador que supera qualquer coisa, o sentimento que faz duas pessoas dedicarem confiança um ao outro sem cobrar nada, e manter uma amizade; de uma mãe ou um pai protegerem seu filho com sua própria vida; de duas pessoas se suportarem e depositarem toda sua vida na vida do outro “até que a morte os separe”. Se o amor é assim tão magnífico, porque as pessoas dizem sofrer tanto por ele? Por que as pessoas dizem fazer loucuras por ele? Por que as pessoas perdem peso, vão mau nos estudos, brigam com os pais, abandonam os amigos, tudo isso em nome do amor? Será que estamos falando do mesmo amor?


Quando uma colega de turma mostrava-se com déficit de atenção na aula, notas baixas, e mau comportamento, e a professora perguntava o que estava acontecendo com ela, as colegas prontamente respondiam: ela ta amando professora. A resposta da professora era: tem certeza? Porque pra mim o amor é algo que nos engrandece, e não que nos faz regredir, ela deve estar sofrendo de qualquer outra coisa. Pois bem, eu concordo plenamente com a professora. Mas para demonstrar porque eu concordo com a professora, tenho que mostrar a visão que eu tenho de amor.


Não acho que o amor verdadeiro seja somente aquele sentimento que une duas pessoas como um casal, não acho que esse tipo de amor seja maior do que qualquer outro, podem ser diferentes, e temos de considerá-los de formas diferentes, mas achar que algum é mais importante do que o outro, é um erro completo. Quando alguém diz “eu nunca amei” só pelo fato de nunca ter sentido uma atração inigualável por outra pessoa que não um familiar, um amigo, um animalzinho, está mentindo tristemente para si mesmo, e dessa forma está decidindo viver no sofrimento que criou de achar que não é capaz de amar.


Tomando como base os tipos de amor gregos, eu acredito na existência dos seguintes tipos de amor: amor próprio, amor familiar, amizade, paixão e ágape.


. O amor próprio é o nosso primeiro amor, e o que jamais devemos abandonar em nome de nenhum outro.


. Amor familiar é o primeiro imprescindível a nossa sobrevivência, porque somos animais sociais por natureza, e o tal laço ajuda a manter tal característica, mas não é só isso, pois são inexplicáveis laços que ligam tão fortemente uma mãe ou um pai aos seus filhos, ou que ligam irmãos.


.A paixão, aquela que dizem ser o “amor verdadeiro”, é o segundo tipo de amor imprescindível para nossa sobrevivência, pois somos animais sociais e adeptos do cuidado parental, o amor paixão ajuda o casal a permanecer junto para cuidar dos filhotes, aumentando sua chance de sobrevivência. É esse o amor que nos faz fazer loucuras, o que ninguém entende é o “porquê” , e eu já lhes digo porque: porque ele é o amor que começa no baixo ventre, esse amor é comandado pelos hormônios, e os hormônios turvam nossa capacidade de pensar, e aumentam nossa capacidade de agir, então como você é inicialmente tomado de súbito por esse sentimento, você passa a atribuir todas as suas atitudes a ele. Esse amor é incompleto, e só pessoas incompletas sentem ele avassaladoramente, e acabam a deixá-lo tomar conta de sua vida, abandonando todos os outros tipos de amor.


. Ágape, é o amor supremo, como diziam os gregos, felizes daqueles que forem capazes de senti-lo.


Enfim, para mim, o amor idealizado, seria aquele que combinasse todos esses tipos de amor, mas o amor verdadeiro deve combinar pelo menos dois desses tipos de amor que eu citei. Não há como alguém lhe amar de verdade, se você mesmo não se ama. Amigos dedicam amor um ao outro sem esperar por nada, é um amor livre. Mãe e filho se amam porque necessitam. Marido e mulher se amam porque fizeram promessas um ao outro. Mas jamais diga que não sabe o que é o amor, ou que o que você sente é “o amor acima de tudo”, pois seres humanos foram feitos para amar, seja lá como for esse amor.


See ya, boys and girls.

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Mudando de Assunto

O que é Etnoecologia?

Os termos etnociência e etnociências, aplicam-se a todas as pesquisas etnológicas ou interdisciplinares, na interface das ciências do homem e da vida (ROUÈ 2000)¹. No domínio cientifico, os trabalhos de etnociência têm ganhado força em seus vários ramos, em que as comunidades tradicionais desempenham papel fundamental, em grande parte realizados por uma nova geração de cientistas naturais, que começam a entender a importância da participação social no estabelecimento de políticas públicas (DIEGUES 2000)².

A etnoecologia encontra-se do conjunto das etnociências.

“Etnoecologia é o estudo das interações entre a humanidade e o resto da ecosfera, através da busca da compreensão dos sentimentos, comportamentos, conhecimentos e crenças a respeito da natureza, característicos de uma espécie biológica (Homo sapiens) altamente polimórfica, fenotipicamente plástica e ontogeneticamente dinâmica, cujas novas propriedades emergentes geram-lhe múltiplas descontinuidades com o resto da própria natureza. Sua ênfase, pois deve ser na diversidade biocultural e o seu objetivo principal, a integração entre o conhecimento ecológico cientifico” (MARQUES 1995)³

Segundo o mesmo autor, de um ponto de vista menos filosófico e mais pratico, procurou-se ter sempre em mente que a “etnoecologia é o estudo cientifico do conhecimento ecológico tradicional”. Para Toledo (1992)4, a etnoecologia é o estudo dos conhecimentos, estratégias, atitudes e ferramentas que permitem às diferentes culturas, produzir e reproduzir as condições materiais de sua existência social através de um manejo apropriado dos recursos naturais.

A Etnoecologia, e várias outras ciências das etnias, nasceram da necessidade de uma nova visão para os conceitos conservacionistas. Partindo do princípio, não recente, de que o homem também faz parte integrante de seu meio, e não é apenas objeto transformador dele.

“We are part of the earth and it is part of us.”5




1. ROUÉ, Marie. Novas perspectivas em Etnoecologia “Saberes Tradicionais” e Gestão de Recursos in Etnoceonservação, novos rumos para a proteção da natureza nos trópicos. Organizador Antonio Carlos Diegues. São Paulo. NUPAUB-USP, 2000
2. DIEGUES, A.C.
Etnoconservação da Natureza: enfoques alternativos in Etnoconservação, novos rumos para a proteção da natureza nos trópicos Organizador: Antonio Calos Diegues. São Paulo. NUPAUB-USP, 2000.
3. MARQUES, J. G. W.
Pescando Pescadores: Etnoecologia no Baixo São Francisco Alagoano. São Paulo, NUPAUB-USP, 1995, 304p.
4. TOLEDO, M. P.
what is ethnoecology? Origins, scope and implications of a rising discipline. Etnoecológica, v. 1, n. 1, p. 5 – 21, 1992.
5. Chief Seattle’ letter to George Washington

segunda-feira, 29 de junho de 2009

marsendo...

Como no ártico, derreti as geleiras quando chegou a primavera, deixei o calor do sol invadir e me encher...


festejei na lua cheia, com a maré alta, quando a maré sobe,
tudo muda

experimentei momentos de plenitude e calmaria, mas onde sou mais calmo é onde sou mais profundo, e essa é minha natureza


então vieram as tempestades, me julgam irreconhecivel, mas por baixo da turbulência, sou o mesmo


precisei ser claro, e o fui, mas como águas de um recife, que mais tarde quebram violentamente em ondas nos rochedos, pra mostrar minha verdade

nem mais, nem menos, mas a primavera passou, chega a hora de reconstruir as pontes de gelo que ligam os continentes...


pois a vida é assim, como diz o cantor "ela vem em ondas", e precisamos a cada dia nos remodelar... até a próxima primavera.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Ministra do Desmatamento

É incrível até onde alguns políticos vão: castelos, pensões pra capas de playboy, auxilio moradia... Como se não bastasse, agora tem ministra defendendo a grilagem em terras da Amazônia...

Vejam um trechinho da pérola:

“Agora, é muito simples dizer que, na Amazônia, estamos fazendo um favor, que estamos dando terras para as pessoas. Eu quero perguntar ao Senador Mercadante, com todo respeito que lhe tenho: como é que o senhor acha que foi ocupado São Paulo? Quando começou a cadeia dominial nas propriedades rurais de São Paulo? Toda cadeia dominial se origina no Estado, na União, no poder público federal ou estadual!

Olha lá na página do Greenpeace depois, pra mais detalhes, tá aí o link:

Já não basta a Amazônia estar sendo devastada clandestinamente, ela agora quer legalizar a coisa... A ministra afirmou em entrevista a um telejornal que essa era uma medida para diminuir a clandestinidade, uma vez que a clandestinidade só existe porque existe a proibição (desse jeito acho que ela também é a favor da legalização das drogas), e dessa forma seria mais fácil fiscalizar a ocupação da Amazônia, e controlar o desmatamento. Só uma coisa: o intento atual não seria ACABAR com o desmatamento, e não REGULÁ-LO?!?!?! Tendo em vista que, com a nossa política, os impostos são altos o suficiente pra evitar que qualquer pessoa de baixa renda tenha acesso a certas vantagens, só grandes proprietários teriam a possibilidade de arcar com as despesas de manter terras na Amazônia, continuando assim o latifúndio. E digo mais, conhecendo nosso histórico, os latifundiários, sempre conseguem um jeitinho de não pagar impostos. Logo, chegariamos a mesma conclusão: latifundiários desmatando grandes áreas de florestas sem pagar impostos; pequenos produtores, ribeirinhos, e outros grupos desmatando ilegalmente.
Outra coisa que me deixa perplexo, é o fato de a ministra comparar o "desenvolvimento" da Amazônia com a ocupação de São Paulo. Será que ela não percebe onde se perde?... Pra começar, a ocupação de São Paulo começou numa época onde a tecnologia não permitia se desmatar "um campo de futebol a cada 15 minutos" (a comparação com a nossa política panis et circenses é ótima e pertinente, embora muita gente repita a frase sem fazer a menor ideia do que tá dizendo), imagino que levava-se muito mais tempo que hoje pra se abrir alguns poucos hectares de terra. Depois, me pergunto se ela gostaria mesmo de um segundo São Paulo no Brasil! Eu acho que nós não precismos de outro pólo de criminalidade no país, neh? Já basta o referido estado, o Rio, Recife, e Brasília... oops... Aliás, nem precisa muito neh, porque morte por aluguel, tráfico, exploração sexual de menores, já são fatos no norte do Brasil também...

Então meus queridos, eu só digo o seguinte, o planeta Terra tá aí a mais tempo que nós, poderemos ferí-lo gravemente, mas nunca destruí-lo, já a recíproca não é verdadeira, pois o "azulsinho" se arrebenta todo, mas acaba com a praga...

See ya, boys and girls...

terça-feira, 8 de julho de 2008

...contradições e contradições...

Complementando a postagem anterior, quero colocar minha opinião quanto a questão da carne. Não esperem aqui uma crítica ao vegetarianismo ou um protesto contra os abatedouros, farei uma análise científica, segundo o que aprendi no curso de biologia.
Primeiro, quero esclarecer que não é uma questão de "ficar em cima do muro", mas todo biólogo sabe que todos os sistemas naturais precisam alcançar um nível satisfatório de homeostasia, logo, tudo que a ciência busca, é o equilibrio!
Quanto ao consumo de carne, sabe-se que o homem possui enzimas especialmente direcionadas para o consumo de carne, enquanto não é capaz de digerir a celulose dos vegetais, que é onde se encontra a maior parte da glicose do mundo(o nutriente mais importante para os seres vivos). Porém, sabemos também que todos os aminoácidos essenciais só podem ser conseguidos com o consumo de vegetais, pois os animais não são capazes de prodúzi-los. Bem, fica claro a necessidade humana de uma dieta variada, não é por acaso que somos classificados como Onívoros, e não carnivoros ou herbívoros. E graças a essa dieta, chegamos onde estamos hoje, parece absurdo, não é? Mas pense bem: animais extritamente herbívoros precisam passar boa parte do seu tempo comendo, enquanto carnívoros precisam passar boa parte do seu tempo descansando, para que o alimento seja digerido com eficiência. Os onívoros podem comer uma quantidade balanceada de carne, que não vai precisar de tanto tempo para ser digerida, e assim, compensamos a menor quantidade de nutrientes que conseguiriamos só consumindo vegetais. Temos que entender que os mecanismos naturais trabalham baseados na balança custo-benefício, e nós humanos não estamos fora desse mecanismo.
Os problemas com a carne é que ela é carregada de substâncias nocivas ao nosso organismo, substâncias despejadas pelo animal na corrente sangüinea no momento do abate, além dos radicais livres, causadores de câncer e envelhecimento. Pode se viver muito bem sem o consumo de carne, as proteínas encontradas nas carnes também são encontradas em alguns alimentos de origem vegetal, mas isso desestabiliza a balança custo-benefício. Veja bem, pode-se viver muito bem sem carne, mas isso não é conveniente para todos, por exemplo, tenho um amigo que é vegetariano, ele tem uma massa corporal bem maior que a minha, mas ao deixar de comer carne, perdeu muito peso, porém, nada que comprometesse sua saúde, pelo contrário, ele não apresenta nenhum sinal de problemas de saúde. Mas como eu disse, não é conveniente para todo organismo, pois eu tenho muita facilidade para perder peso, caso eu deixasse de comer carne, estaria comprometendo minha saúde, devido ao meu porte físico.
Então qual seria a solução? Equilibrio é SEMPRE a solução! Em vez de abandonarmos completamente o consumo da carne, diminuamos, e variemos. Podemos comer menos carne por dia, e variar o tipo de carne, e abrirmos mãos dos CAPRICHOS, como o churrasco do fim de semana, ou o rodízio. Alguem ainda sim poderia perguntar: ok, diminuir o consumo seria uma parte da solução, mas isso ainda não evitaria o acumulo de substâncias nocivas com o tempo, o que fazer quanto a isso? A resposta é simples: seja exigente quanto ao que você compra. Exija do seu vendedor que fique de acordo com a lei, só compre carne de açougues ou frigoríficos dos quais conheça a procedência da carne, procure saber se o abatedouro de onde seu vendedor compra a carne está de acordo com as leis do "abate-humanitário"(sei que esse termo é irônico, mas discutirei isso em outra ocasião).
Lembrem-se "o comodismo é o que nos leva a ruína"...

See ya, boys and girls...